sábado, 20 de fevereiro de 2010

Corpos

Chico Buarque em um jogo de palavras, em sua musica “Tatuagem”, nos faz sonhar com as tatuagens, que são sensuais e nem sempre sofridas. Marcas muitas vezes vistas como estranhas, mas também carinhosas, dedicadas as mães e amantes, que são feitas em corpos perfeitos e outras vezes em músculo frouxo. Nada disto importa nem para Chico e nem para os tatuados.

"Tatuagem"
Chico Buarque

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...

E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...

Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...

Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva...

Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Guns and Roses.


As rosas além de serem belas são cicatrizantes. Estão em quase 90 % das fotos do livro da tatuadora Kat Von D, sendo elas as principais ou coadjuvantes nas tatuagens.
Acabei de ler o livro de Kat; aprendi algumas coisas, amei outras e não gostei da parte na qual ela fala do Brasil.

Amei a estética do livro; meio gótico, muito rock and roll, as influencias clássicas etc. Achei muito fofo colocar as fotos de família: ela com a irmã, seu nascimento e a avó. Mostrar todas as suas tatuagens, daquele corpão, é para os caras babarem. E por fim mostrar seus trabalhos preferidos ou mais queridos. Estas são as minhas partes preferidas do livro.

O que eu aprendi com as historias de Kat. Deixem-me contar uma coisa antes. O processo para fazer uma nova tatuagem. Normalmente demoro anos pensando num desenho em sua historia e simbolismo. Principalmente depois que comecei a pesquisar o assunto isso se tornou uma regra. No livro Kat conta e mostrar vários pequenos momentos de sua vida que se tornaram tatuagens. Eu sempre séria me preocupando somente com grandes momentos, aprendi a apreciar as lembranças momentâneas que também podem se tornar uma tatuagem.

Uma única coisa no livro que me incomoda, o fatos dela citar um americano até quando foi falar do Brasil. Olha não me leve a mal, ela citar o trabalho de Jonathan Shaw é natural, o cara foi um beatnik influenciou muita gente, mas ela poderia ter tido o cuidado de falar algum dos nossos artistas.
 
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